Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood (2017) - Crítica
Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood (2017) é uma belíssima homenagem ao clássico de 1981.
Gênero: Comédia
Direção: João Daniel Tikhomiroff
Roteiro: Mauro Lima
Elenco: Alinne Moraes, Dedé Santana, Emilio Dantas, Letícia Colin, Lívian Aragão, Marcos Frota, Marcos Veras, Maria Clara Gueiros, Nelson Freitas, Rafael Vitti, Renato Aragão, Roberto Guilherme
Produção: Eliane Ferreira, Hugo Janeba, João Daniel Tikhomiroff, Michel Tikhomiroff
Fotografia: Hélcio Alemão Nagamine
Montador: Leticia Giffoni
Trilha Sonora: Marcelo Castro
Duração: 99 min.
Ano: 2016
País: Brasil
Cor: Colorido
Estreia: 19/01/2017 (Brasil)
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Globo Filmes
Classificação: Livre
Sinopse: O Grande Circo Sumatra está em meio a uma grande crise financeira desde a proibição de animais em espetáculos e Barão (Roberto Guilherme), dono do circo, acaba aceitando fazer leilões de gado, comícios e outros eventos alternativos no circo. Didi (Renato Aragão) e Karina (Letícia Colin), artistas do circo, estão infelizes com a situação e decidem montar um novo número e, assim, tentar atrair o público novamente.
Sinopse: O Grande Circo Sumatra está em meio a uma grande crise financeira desde a proibição de animais em espetáculos e Barão (Roberto Guilherme), dono do circo, acaba aceitando fazer leilões de gado, comícios e outros eventos alternativos no circo. Didi (Renato Aragão) e Karina (Letícia Colin), artistas do circo, estão infelizes com a situação e decidem montar um novo número e, assim, tentar atrair o público novamente.
Nota do Razão de Aspecto:
(A NOTA EMOCIONAL, PELA NOSTALGIA, SERIA AINDA MAIOR)
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Uma onda de remakes, continuações e adaptações invade a indústria cinematográfica. Isso tende a aumentar, já que mais filmes são feitos e mais material para ser referenciado é produzido. Em muitos casos tal prática é vista com maus olhos, pois reflete a falta de criatividade dos realizadores. Em outros, contudo, a obra funciona plenamente e se torna do mesmo nível ou melhor que os anteriores - vide casos recentes de Creed, Mad Max: Estrada da Fúria e Star Wars o Despertar da Força. Já Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood (2017) entra na categoria especial de homenagem.
Encarado de forma solta, como um filme comum, há problemas que não podem ser ignorados. Subtramas demais, resolução simples e cretina, trama rasa... Mas tudo isso fica em segundo plano. O foco é na releitura/continuação do longa de 1981. Os Saltimbancos Trapalhões original é um dos melhores longas da trupe que atravessou gerações e um dos dez filmes nacionais mais vistos na história (atualmente é o 9º). Quem quiser relembrar o anterior recomendo o Podcast #08 do Portal Refil, onde eles analisam - de forma bem descontraída - o clássico.
Mesmo considerando todos os problemas, o filme atual funciona até bem como obra única. Logo no começo vemos a nossa dupla Dedé e Didi recebendo vários Oscars. Neste momento há piadas com a velhice dos atores ("isso é implante e parece um fio dental", Didi referindo-se à calvície do companheiro). A semelhança física entre Dan Stulbach e Tom Hanks, onde Dan faz o papel de Hanks, é piada velha, mas vê-la na telona funcionou. Sobra até para a dublagem da cerimônia - que por vezes não acompanha o que se diz no áudio original, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.
Em vários outros momentos a plateia é convidada a gargalhar, raros filmes nacionais conseguem essa comoção. Seja nos bordões, seja na espontaneidade e ingenuidade sacaninha - que dão conta de suprir a ausência de uma fisicalidade mais vigorosa, tão cara nos longa de outrora, Didi (Renato Aragão) revigora uma imagem que nos últimos tempos havia sido um tanto desgastada.
Em vários outros momentos a plateia é convidada a gargalhar, raros filmes nacionais conseguem essa comoção. Seja nos bordões, seja na espontaneidade e ingenuidade sacaninha - que dão conta de suprir a ausência de uma fisicalidade mais vigorosa, tão cara nos longa de outrora, Didi (Renato Aragão) revigora uma imagem que nos últimos tempos havia sido um tanto desgastada.
A trama se mostra atual na medida que traz para as telas a proibição do uso de animais no circo - em uma mensagem um tanto repetitiva, é verdade - elemento esse contornado por sonhos, onde Didi é visitado por animais falantes. Outro ponto colocado é a discussão entre realizar a arte pura e a comercialização do fazer artístico, no caso o espaço do picadeiro. Em certa medida é a mesma questão que está em La La Land (sonho x mundo real) - como sempre esses americanos copiando a produção BR...
Os números musicais não poderiam faltar. E as canções que embalaram o filme anterior são resgatadas de forma orgânica. A maioria delas tem sentido narrativo. Os passos estão bem coreografados e não se torna cansativo, aparecendo em momentos pontuais. Destaque para as músicas das piruetas, a História de uma Gata e Todos Juntos (cujo texto está bem atual).
O elenco é muito recheado. Isso acaba tendo pontos positivos e negativos. Didi, claro, é o centro e mesmo já mais idoso ainda rende momentos hilários. Letícia Colin tem carisma e presença, a personagem Karina é um tanto linear, mas a atriz se sai muito bem. Os "vilões" Marcos Frota, Nelson Freitas e Alinne Moraes são caricatos na medida certa, conforme o filme pedia. Maria Clara Gueiros, junto com Marcos Veras, tem a personagem com o arco mais dispensável. A filha do Renato Aragão, Livian Aragão, vai bem e mostrou que pode ter uma boa carreira pela frente. Roberto Guilherme, o eterno Sargento Pincel, também comparece de forma digna.
O final é emoção pura. O momento que Mussum e Zacarias aparecem é preciso e precioso. O choro sincero do choroso Renato Aragão comove o público, os atores e equipe em volta. As cenas com erros de gravação aparecem durante os créditos e possibilitam mais risos, para encerrar em um tom mais alegre - depois daquela catarse coletiva de lágriamas. Enfim, Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood é uma grata e singela surpresa que até dialoga com o público novo, mas é certeiro mesmo nos mais nostálgicos.
Excelente.
ResponderExcluirEditando o vale a pena que sai essa madrugada, eu quase chorei de novo...
E muito obrigado por citar o nosso programa.
Abraço
Valeu, Miotti... eu que agradeço pelo programa que vocês gravaram. Eu me diverti muito com ele
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