MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA



Gênero: Ação
Direção: George Miller
Roteiro: Brendan McCarthy, George Miller, Nick Lathouris
Elenco: Abbey Lee, Angus Sampson, Charlize Theron, Coco Jack Gillies, Courtney Eaton, Debra Ades, Greg van Borssum, Hugh Keays-Byrne, John Howard, Josh Helman, Megan Gale, Melissa Jaffer, Nathan Jones, Nicholas Hoult, Richard Carter, Richard Norton, Riley Keough, Rosie Huntington-Whiteley, Tom Hardy, Zoë Kravitz
Produção: Doug Mitchell, George Miller, P. J. Voeten
Fotografia: John Seale
Montador: Jason Ballantine, Margaret Sixel
Trilha Sonora: Junkie XL
Duração: 120 min.
Ano: 2015
País: Austrália / Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 14/05/2015 (Brasil)
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Kennedy Miller Productions / Village Roadshow Pictures
Classificação: 16 anos

Sinopse: Max, um ex-policial e agora guerreiro das estradas (Tom Hardy), acaba capturado por um perigoso grupo de guerreiros dos desertos apocalípticos da Austrália. Quando ele tem a oportunidade de fugir, precisa decidir se vai ajudar a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) a resgatar um grupo de garotas mantidas como escravas.




Nota do Razão de Aspecto:


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Vá correndo para o cinema. A crítica de Mad Max: Estrada da Fúria poderia resumir-se esta frase, se fosse uma publicação no twitter. Neste blog, poderei desenvolver um pouco mais sobre o que penso ser  o melhor filme de Hollywood que chegou ao cinemas brasileiros até maio de 2015. Por não ser um grande fã de filmes de ação, a afirmação que faço ganha ainda mais significado.

A grande qualidade de Mad Max é a escolha de optar pela gravação da ação real, com uso residual, porém eficiente e orgânico dos efeitos visuais. Dessa forma, foi possível manter o ritmo acelerado, alucinante e alucinado da narrativa. Considerando que a base de desenvolvimento do filme são três longas perseguições, que correspondem aos três atos do roteiro, o realismo da ação constitui fator fundamental para o envolvimento do espectador. Além disso, a fotografia fez um ótimo trabalho na escolha dos planos e dos enquadramentos: em nenhuma cena de ação há câmera tremida, o que permite aos espectadores entender toda a movimentação dos personagens e compreender os movimentos de forma clara.

As sequência de ação são, digamos, temperadas por algumas doses de diálogo. Neste ponto, o roteiro de Mad Max perfeitamente construído: a história dos personagens é contada pela ação e pela imagem, em primeiro lugar, com o grande mérito de evitar qualquer tipo de diálogo expositivo. As explicações não vão além daquilo que é necessário para entender os conflitos e as motivações dos personagens, portanto, surpreendentemente para filmes de ação de Hollywood, não subestimam o público.


Enquanto experienciava Mad Max - sim, porque assistir transmite uma ideia passiva demais para definir o que se passa na sala de cinema -, pensava em quão criativo era o trabalho do design de produção e da direção de arte, além, é claro, de como poderia ser divertido ter a responsabilidade de concretizar aquele universo pós-apocalíptico, semi-pornográfico, aterrorizante e cômico. 

As parideiras

Entre as diversas escolhas geniais do design de produção, destaco a de atribuir "personalidade" aos carros em suas diferentes funções. Em um deles, está permanentemente preso um guitarrista cujo instrumento cospe fogo, que cumpre o papel de um menestrel metaleiro das loucuras do vilão Immortan Joe. Por que esse guitarrista está lá? Porque sim! Naquele universo, qualquer loucura é possível e justificável.


O guitarrista menestrel

Max e Furiosa

Tom Hardy e Charlize Theron têm excelentes performances no papel de Max e da Imperatriz Furiosa, ao conseguirem expressar os desejos, os conflitos e os ressentimentos daqueles personagens em meio a noventa minutos de perseguições e cerca de vinte minutos de desenvolvimento dramático. Hugh Keays-Byrne também se destaca com sua interpretação forte do terrível e temível vilão Immortan Joe, com seu exército de seguidores, suas parideiras e sua AquaCola.


Immortan Joe

Por fim, Mad Max: A Estrada da Fúria é um filme carregado de críticas sociais sem ser panfletário. Por meio da ironia, do sarcasmo e, por que não afirmar, do bom humor, o filme critica o machismo e o patriarcalismo da nossa sociedade, o terrorismo e o aliciamento de jovens para se tornarem armas humanas, o patriotismo, o fanatismo religioso e o militarismo, sem prejuízo de outros temas. Paradoxalmente, trata-se de uma filme cuja ação define a densidade do conteúdo.

Mad Max: A Estrada da Fúria é mais uma prova de que blockbusters não necessariamente devem ser superficiais no conteúdo, seguir todas fórmulas esgotadas de filmes de ação e subestimar o público. Produções como esta levam o grande público cinema de qualidade. Existe vida inteligente nas produções multimilionárias de Hollywood - um sopro de ânimo para os  fãs do bom cinema ao redor do mundo.








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